quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Entrevista à Veja

Evanescence volta ao Brasil reciclada e com mais palavras em português no repertór
Formada em 1995 no interior do Arkansas, nos Estados Unidos, por colegas de escola, a banda Evanescence vendeu mais de 30 milhões de cópias dos seus três discos, incluindo um ao vivo, nesses 16 anos de carreira. O sucesso começou de fato no começo dos anos 2000, com o estouro do álbum Fallen (2002), que rendeu à banda um Grammy, turnês infindáveis e fama global para os hits Bring Me to Life e My Immortal. Foi a consagração da mistura de metal melódico com letras igualmente melosas e ingênuas, ancoradas por uma vocalista com cara de diva gótica – pele branquíssima, olhos claros e corpete justíssimo.

           No entanto, nem tudo foram flores na trajetória do grupo. Desde 2005, surgiram        divergências – Amy Lee, a vocalista, processa seu ex-empresário por assédio sexual. E percalços – Terry Balsamo, guitarrista, sofreu um acidente vascular cerebral e Will Boyd, o baixista, anunciou sua saída pouco antes da turnê do disco The Open Door, em 2006, alegando que precisava ficar mais tempo com a família.

Refeito das perdas, com novos membros e em turnê, o grupo entrou em estúdio para gravar um novo trabalho, que será lançado este mês. O álbum leva o nome da banda, um sinal de união do grupo praticamente novo, segundo conta Amy Lee ao site de VEJA. E mantém as premissas que consagraram o grupo. As letras continuam talhadas para adolescentes melancólicos e as melodias, marcadas por um mix de rock gótico e metal melódico. Na entrevista abaixo, Amy fala sobre o processo de criação e promete que, para agradar aos fãs brasileiros, vai aprender palavras em português.
 O Evanescence enfrentou algumas turbulências: a saída de antigos membros e a demora na gravação do último disco, inclusive com mudança de produtor no meio do caminho. Da formação original da banda, restou apenas você. Como é o entrosamento do grupo hoje?
A convivência é ótima. É claro que as amizades se fortalecem com o tempo, mas já tivemos tempo suficiente para nos vermos como um grupo coeso. Quanto aos novos membros, não há muito ao que se adaptar, a não ser à rotina pesada de turnês, aos quartos de hotel. Mas mesmo nesses momentos de cansaço estamos sempre juntos, como bons amigos. Apesar de só ter sobrado eu da formação original, isso não faz de mim alguém hierarquicamente superior dentro do grupo. A essa altura, posso dizer que passamos bem por todas as dificuldades. Um novo disco e uma nova turnê podem servir de prova.
O novo disco é homônimo da banda. Não havia um verso ou música que sintetizasse o trabalho?
Ah, sim, várias canções e versos poderiam ter sido usados para batizar o álbum. Mas, olha, a escolha tem a ver com o que falamos agora: fortalecer os laços da banda. Estamos unidos, felizes com os novos rumos. Dar ao disco o nome da banda é simbólico. Pela primeira vez, as composições do disco são assinadas por todo o grupo. Por dois motivos: a banda realmente compôs junto o trabalho, e fez isso porque houve convivência, interação, troca de ideias. Não havia outro nome melhor para o álbum. Mais do que nunca, nós somos o Evanescence.
O produtor Steve Lillywhite, que já trabalhou com o U2, foi convidado pela banda para produzir o novo disco. Por que não deu certo?
É difícil você explicar que começou a trabalhar com Steve Lillywhite, de quem sou uma grande admiradora, assim como a banda, e dizer que não deu certo. Mas é isso: percebemos, sem que houvesse nenhum desentendimento, que talvez fosse a hora de a banda tocar a produção sozinha, com alguém que estivesse na nossa mesma sintonia. Não houve uma dispensa (risos). Nem Lillywhite nos deixou nem nós o demitimos. Foi uma escolha comum deixar que o disco ganhasse vida de outra forma.
E como foi o processo de criação do disco sem um produtor tão renomado e com a banda cheia de novos membros?
Foi ótimo! Criar canções, produzi-las, compor arranjos para letras que iam se encaixando aos poucos... foi uma das formas que encontramos de afinar a nossa convivência. Canções foram compostas em quartos de hotel, estúdios, nas nossas casas.
Falemos agora do Brasil. A banda já fez shows no país em uma turnê com ingressos esgotados. Como é voltar agora para, além dos hits, ter de tocar músicas inéditas e pouco conhecidas?
Eu acho que vai ser ótimo. Olha, não estou dizendo isso para parecer gentil, mas o público brasileiro é realmente especial. Eu nunca vi pessoas tão dedicadas e apaixonadas pela banda. O contato que tivemos foi inesquecível: pessoas gritando, chorando, querendo falar conosco, cantando as músicas. Tenho certeza de que eles já terão aprendido a cantar todas as faixas do novo disco no próximo show, pode apostar. Sobre o Rock in Rio, eu adorei o que soube do festival. Só posso dizer que daremos o nosso melhor e prometo aprender mais palavras em português (risos) para conversar com o público.
Por falar em fãs fanáticos como os brasileiros, como você, que é uma mulher bonita, lida com o assédio dos fãs, digamos, mais apaixonados?
(Risos.) Essa pergunta é complicada! Olha... Não sei. Eu dedico igual atenção a todos os fãs, nunca percebi nenhum contato mais apaixonado. Recebo cartas, e-mails, eles dizem que me amam, claro (eu também os amo!), mas nunca me encontrei em uma situação embaraçosa como, sei lá, uma declaração de amor. Eu não saberia o que fazer, acho (risos).
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